sexta-feira, 20 de abril de 2012

NOTA DA CNBB SOBRE O ABORTO DE FETO ANENCEFÁLICO

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”
Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.

Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.

Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!

A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe.   Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção.

Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.

A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Disponível em: <http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/9040-qlegalizar-o-aborto-de-fetos-com-anencefalia-erroneamente-diagnosticados-como-mortos-cerebrais-e-descartar-um-ser-humano-fragil-e-indefesoq-afirma-nota-da-cnbb>

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TRÍDUO PASCAL

O Ano Litúrgico compreende dois tempos fortes: o Ciclo Pascal e o Ciclo do Natal. O Ciclo Pascal inclui a Quaresma, como preparação; o Tríduo Pascal, como centro; e o Tempo Pascal, como prolongamento. O Ciclo do Natal, com sua preparação no Advento e o seu prolongamento até a festa do Batismo do Senhor. Além destes dois, temos o Tempo Comum.

O Tríduo Pascal é o ápice do ano litúrgico, especialmente porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, portanto, é um tempo forte para os cristãos. Não é um tríduo preparatório para a festa da Páscoa. É composto de três dias, ou melhor, de três momentos distintos, de uma única celebração, composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão e Vigília Pascal (Sábado Santo), véspera do Domingo de Páscoa.

A contagem dos três dias é feita da seguinte maneira:
- Primeiro dia: começa na quinta-feira à noite (depois do pôr do Sol) até sexta-feira;
- Segundo dia: de sexta-feira à tarde até sábado;
- Terceiro dia: de sábado à domingo da Páscoa.

QUINTA-FEIRA SANTA
Na Quinta-feira Santa comemora-se a última ceia (Ceia do Senhor), em que Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio cristão. Há, também, a Cerimônia do Lava-pés como recordação do gesto em que Jesus lavou os pés dos doze apóstolos. Ao final da celebração, há a transladação do Santíssimo Sacramento para um lugar menor, para ser adorado.

SEXTA-FEIRA SANTA (PAIXÃO DO SENHOR)
Na Sexta-feira Santa não se celebra Missa. Recorda-se a Morte de Cristo por uma celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de preces solenes, adoração da cruz e comunhão sacramental, mas não é Missa. Este dia é marcado com o silêncio, o jejum e a oração, mas não deve ser vivido em clima de luto, e sim de profundo respeito diante da morte do Senhor.

SÁBADO SANTO
O Sábado Santo é dedicado à Vigília Pascal, que é a memória da noite santa da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Há a bênção do fogo novo e do círio pascal, a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, com leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e a liturgia Eucarística.

Brasília/DF 09.04.2012
Maria Auxiliadôra

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Domingo da Paixão nos Ramos (Mc 11, 1-10)


O último domingo da Quaresma é, propriamente, chamado de Domingo da Paixão nos Ramos.

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos. Uma semana que a liturgia católica vive na maior profundidade possível a Paixão, a Morte e a Ressurreição do nosso Salvador. Portanto, celebram-se dois mistérios muito unidos: a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e sua Paixão.

A cidade de Jerusalém fervillava de gente. Judeus de todos os cantos estavam chegando para uma semana de comemorações da Páscoa. Logo que chegou a notícia de que Jesus estava a caminho de Jerusalém, uma multidão entusiasmada partiu ao seu encontro. Jesus e seus discípulos haviam chegado a Betânia. Jesus disse a dois de seus discípulos: - Vão à aldeia e tragam-me o jumentinho que encontrrão preso junto à mãe dele. Se alguém perguntar o que vocês pretendem, digam-lhe que o Mestre precisa dele e em breve o devolverá.

Os discípulos fizeram conforme Jesus disse. Levaram o jumentinho e estenderam seus mantos no lombo do animal para fazerem uma sela. Então, Jesus montou no lombo do jumento e entrou humildemente na cidade. A multidão apressou-se e muitos foram à frente e O receberam com festa, estendendo suas vestes, seus mantos pelo caminho para fazer uma estrada real; outros com ramos de oliveira e palmeira que haviam apanhado nos campos agitavam para homenageá-Lo: - Hosana! – gritavam. – Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Chegou o Rei há tanto tempo prometido! Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!

Como é que pode, Jesus faz sua entrada solene em Jerusalém montado num jumentinho? Pois é, Ele sendo Deus e recebendo uma aclamação jamais vista. Vejam bem, gritavam: - Chegou o Rei!

Muitos reconheciam Jesus como Rei, pois O aceitavam como quem indica o caminho, Aquele em quem confiavam e o seguiam. Mas, aqueles mesmos que o aclamaram ainda o levariam ao suplício da cruz, quanta incoerência...

Vamos, também, saudar Jesus com palmas, com ramos, fazer nossa procissão do Domingo de Ramos, com alegria festiva, acompanhá-Lo, porém a nossa procissão deve ser algo mais profundo, como ressalta o Papa Bento XVI: “a nossa procissão de hoje quer ser imagem de algo mais profundo, imagem do fato que nos encaminhamos em peregrinação, juntamente com Jesus, pelo caminho alto que leva ao Deus vivo. É desta subida que se trata: tal é o caminho, a que Jesus nos convida”.

Quando participamos da procissão estamos dando nosso testemunho àquele que é o Salvador, àquele que tornou visível o rosto de Deus e por quem o coração de Deus se abre a todos nós.

A procissão representa o nosso “sim” a Jesus, no seu seguimento, por isso devemos sempre pedir a graça de segui-Lo: - Vem, Jesus, dai-nos a graça de segui-Lo, aonde quer que o Senhor vá. Não tenhamos medo, não tenha medo! Renuncie às comodidades da vida e dê o seu “sim”. Devemos aceitá-Lo a cada dia e ter Sua Palavra como critério válido para nossa vida, porque só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Só Ele tem a autoridade da verdade!

Com o Senhor, sejamos peregrinos, para o Alto, à procura da verdade, à procura do rosto de Deus, à procura da face de Deus!

Brasília 01.04.2012
Maria Auxiliadôra