segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CARTA APOSTÓLICA PORTA FIDEI – ANO DA FÉ - Resumo


1 – BATISMO: PORTA DE ENTRADA DA FÉ - O Batismo é a porta de entrada da fé para uma vida em comunhão com Deus em Igreja, quando o coração está aberto para receber a graça que transforma. É um caminho que dura a vida inteira até a morte para a vida eterna. Com o Batismo, se professa a fé na Trindade - crer na Trindade é crer no Deus de Amor (Pai, Filho e Espírito Santo).

2 – REDESCOBERTA DO CAMINHO DA FÉ – Em meio a profunda crise de fé que a sociedade está passando e a preocupação dos cristãos com coisas alheias (mundanas), quando deveriam preocupar-se com a própria fé, que é o pressuposto de sua vida diária, o Papa propõe que se redescubra o caminho da fé para fazer brilhar a alegria do encontro com Cristo.

3 – JESUS: PALAVRA ENCARNADA - Não se pode deixar que a fé morra, mas readquirir o hábito de alimentar-se com a Palavra de Deus e a Eucaristia, na Igreja, pois só Jesus Cristo satisfaz plenamente o coração do homem, só Ele é o caminho para a salvação.

4 – PROCLAMAÇÃO DO ANO DA FÉ - Em decorrência da necessidade da redescoberta da fé, o Papa decidiu proclamar o Ano da Fé, com início em 11.10.2012 (50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e 20 anos do Catecismo da Igreja Católica) e término em 24.11.2013 (Solenidade do Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo), com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. A abertura do Ano da Fé vai coincidir com o Sínodo dos Bispos, cujo tema é “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”. Já houve outra celebração do Ano da Fé, em 1967, pelo Papa Paulo VI, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo.

5 – SUBSÍDIO PARA OS CRISTÃOS - A exemplo do Ano da Fé proclamado pelo Papa Paulo VI, este Ano, também, se faz necessário como subsídio para orientar os cristãos, bem como toda a Igreja, para o século que se inicia.

6 – A FÉ COMO RESPOSTA - O Ano da Fé é um convite para uma renovada conversão a Jesus Cristo, com o testemunho dos crentes e da Igreja, guiada e fortalecida pelo próprio Cristo, pois a fé é a resposta ao amor de Deus.

7 – A FÉ TORNA A PESSOA FECUNDA - Cristo chama o homem e este é atraído para Cristo, que o impele a evangelizar. Também, à Igreja, Cristo confia-lhe a missão de evangelizar que deve ser renovada continuamente a fim de que a mensagem seja transmitida com alegria, com convicção, com entusiasmo; a fé torna a pessoa fecunda.

8 – PROFISSÃO DO CREDO - O Papa convoca toda a Igreja para celebrar o Ano da Fé de forma digna e fecunda, para intensificar a reflexão sobre a fé, professar publicamente a profissão do Credo e revigorar a adesão ao Evangelho.

9 – LITURGIA E EUCARISTIA - Essa convocação é, também, para todos os crentes professarem a fé de maneira plena, convicta, confiante, sobretudo pelo testemunho de vida, inclusive professando o Credo em todos os momentos: ao se deitar, ao se alimentar, nas praças etc. Dessa maneira, a celebração da fé ajudará a redescobrir a importância da liturgia e, principalmente, a centralidade da Eucaristia.

10 – CONTEÚDOS DA FÉ - Há um percurso para se entender os conteúdos da fé: Primeiro, quando se professa com a boca, pressupõe-se que se creia, pois o coração é que dá esse indício do dom da fé em Deus e indica um testemunho e um compromisso. Portanto, o coração indica o ato pessoal e livre que acolhe o conteúdo da fé; a boca indica os conteúdos professados. O coração indica a dimensão pessoal, a boca a dimensão comunitária. A fé é uma decisão pessoal e um ato da liberdade que exige assumir com responsabilidade social aquilo em que se acredita. Segundo, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. A profissão pessoal da fé se fundamenta na fé recebida, por meio do Batismo.

11 – IMPORTÂNCIA DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA - Trata da importância do Catecismo da Igreja Católica, um dos frutos mais valiosos do Concílio Vaticano II e norma segura para o ensino da fé, a serviço da comunidade eclesial. O centro do Catecismo é a Pessoa de Jesus Cristo. Nele sobressai a doutrina confiada à Igreja, bem como a profissão de fé, a liturgia, os sacramentos e a vida moral.

12 – FÉ E CIÊNCIA - O Catecismo é instrumento de apoio da fé para formação dos cristãos, inclusive para mostrar que não há qualquer conflito entre fé e ciência. A Congregação da Doutrina da Fé deverá emitir Nota com algumas indicações para viver o Ano da Fé.

13 – REVISÃO DE VIDA E TESTEMUNHOS DE FÉ - Para viver o Ano da Fé é necessário fazer uma revisão da própria história de vida, marcada pelo pecado, mas em busca da santidade. Cita as seguintes pessoas como exemplos de testemunhos fé: Maria e José, Apóstolos, discípulos, Mártires, homens e mulheres consagrados e leigos.

14 – TESTEMUNHO DE CARIDADE - O Ano da Fé será uma oportunidade para intensificar o testemunho da caridade, já que fé e caridade andam juntas, uma sustenta a outra. É a fé que permite reconhecer Jesus nos irmãos, estes são o próprio rosto de Cristo.

15 – NÃO SER INDOLENTE NA FÉ - O Papa ressalta a importância de não se negligenciar e não se tornar indolente na fé, esta é companheira da vida, é sinal vivo da presença de Cristo Ressuscitado no mundo. Deve-se ser sinal de fé pelo testemunho (testemunho credível). O Papa deseja que este Ano torne mais firme a relação com Cristo Senhor, que se tenha certeza que Ele venceu o mal e a morte, que está no meio de todos e permanece na Igreja a quem foi confiado o depósito da fé. Finaliza o documento, dedicando o Ano da Fé à Nossa Senhora, que é “feliz porque acreditou”.

Janete Gomes Seabra e Maria Auxiliadôra Martins Melo
Brasília,  21  de  julho  de  2012.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O USO DO NOME DE JESUS


Hoje refletiremos sobre “o uso do nome de Jesus” – tema do Evangelho segundo São Marcos (Mc 9,38-43.45-47-48).

Naquele tempo, João disse a Jesus: “Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demônios em teu nome e procuramos impedir-lhe, porque ele não anda conosco”.

João disse isso porque tanto ele quanto os outros discípulos ainda não tinham conseguido absorver os valores do Reino. Eles consideravam um abuso alguém que não pertencesse ao grupo deles utilizar do nome de Jesus para, no caso, expulsar demônios. Na verdade, a atitude dos discípulos mostra intolerância e, porque não dizer, ciúmes, por se julgarem donos exclusivos do bem e da verdade…

Porém, Jesus disse: “Não o proibais, pois não há ninguém que faça milagre em meu nome e logo depois possa falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós. De fato, quem vos der a beber um copo d’água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço a mó que os jumentos movem e o lançassem/atirassem ao mar. E se tua mão é para ti ocasião de escândalo (te escandalizar), corta-a: porque é melhor entrar mutilado para a Vida do que, tendo as duas mãos ires para a Geena, para o fogo que não se apaga (inextinguível). E se teu pé é para ti ocasião de escândalo/te escandalizou, corta-o: melhor é entrares com um pé só (coxo) para a Vida do que tendo os dois pés, seres lançado na Geena. E se teu olho é para ti ocasião de escândalo/te escandalizar, arranca-o: melhor é entrares com um olho só no Reino de Deus do que, tendo os dois olhos, seres atirado na Geena, onde o verme não morre e onde o fogo não se apaga”.

Como vemos, Jesus dá instruções aos discípulos no sentido de lhes mostrar os valores que eles devem interiorizar, se quiserem integrar a comunidade messiânica. E para tomar parte nessa comunidade, a comunidade messiânica, não se pode estar fechado, sabe por que? Porque a comunidade de Jesus não pode ser uma comunidade exclusivista, muito menos monopolizadora, que sente ciúmes quando alguém de fora faz o bem; nem pode sentir-se atingida nos seus privilégios e direitos pelo fato de o Espírito de Deus atuar fora das fronteiras da Igreja… Ora, o Espírito Santo sopra onde quer e quando quer...

A comunidade de Jesus deve ser uma comunidade que põe, acima dos seus interesses, a preocupação com o bem do ser humano; deve ser uma comunidade que sabe acolher, que sabe abraçar, que apóia e estimula todos os que atuam em favor da libertação dos irmãos, principalmente dos mais necessitados. Fazer algo que afaste uma dessas pessoas de Cristo e da comunidade é algo verdadeiramente inadmissível e impensável, esse tipo de atitude não é cristã! O cristão é diferente, deve agir diferente; ele é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não-crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição Igreja.

Que ver um exemplo? A gente cansa de ver pessoas de outros seguimentos religiosos, que não são da nossa Igreja, capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos. Em nossa comunidade existem muitos grupos, pastorais que também ajudam famílias, creches, orfanatos, asilos... Então, esses gestos não são exclusivos de nenhum grupo ou seguimento religioso. Pergunto: podemos afirmar que só nós, católicos, é que temos o direito de “usar” o nome de Jesus? Claro que não. Repito: o Espírito Santo sopra onde quer...

Outra coisa: quando Jesus fala em cortar a mão ou de cortar o pé ou de arrancar o olho não é no sentido literal, ou seja, ao pé da letra... Ele quer sublinhar, enfatizar, dizer com veemência a necessidade de atuar, lá onde as ações más do homem têm origem e eliminar na fonte as raízes do mal. É no sentido de cortar o mal pela raiz, cortar os maus sentimentos, os maus comportamentos, ou seja, os comportamentos incompatíveis com os ensinamentos de Jesus e que impedem o acesso à vida plena.

A gente responde não apenas por ação, por gestos, mas também por omissão, por pensamentos, palavras... Portanto, devemos estar vigilantes às nossas atitudes e constantemente nos questionarmos: O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?


Brasília 01/10/2012
Maria Auxiliadôra