quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

NATAL: A GRANDE CELEBRAÇÃO


Estamos próximos da grande festa – Natal. Segue um texto sobre o Natal, escrito por Dom Eugenio de Araújo Sales, cardeal morto em 09/07/2012, que ao longo de seus 91 anos de vida, esteve por 58 anos de episcopado e 30 deles, à frente da Igreja no Rio de Janeiro. Diz o texto:

“As celebrações natalinas marcam profundamente a vida dos indivíduos e da sociedade, em grande parte do mundo em que vivemos. Fundamentalmente de caráter religioso, com freqüência assumem características alheias aos valores cristãos. No paganismo decadente, na antigüidade, era a festa do deus sol: “Natalis (Solis) Invicti”. Em torno de 336, em Roma, os cristãos já celebravam o nascimento do outro Sol, o verdadeiro, Jesus Cristo.

Antes do final do século, há notícias, em muitos recantos da Terra, então conhecida, da alegria pelo nascimento de Jesus, afastando assim os cristãos dos festejos do paganismo. A verdade da fé em Deus que se fez homem assumindo nossa natureza humana, para nos salvar, teve, em São Leão Magno, um grande propulsor. Mais que a data histórica exata, louvavam a verdade de Jesus ter vindo ao mundo para salvá-lo, que consiste no verdadeiro fundamento dos festejos natalinos: a celebração do mistério da encarnação e suas circunstâncias narradas nos Livros Santos e Tradição.

As celebrações litúrgicas do batismo de Jesus, da maternidade divina de Maria, do martírio dos Santos inocentes, e da Sagrada Família são decorrentes do fato histórico da vinda de Jesus, iniciando a promessa da redenção do gênero humano e realizado na crucificação e subseqüente Ressurreição.

Há, portanto, um duplo alicerce nas solenidades litúrgicas do nascimento de Jesus: o histórico e o teológico: a encarnação do Filho de Deus, o início da redenção, a Salvação dos homens anunciada pelos profetas, séculos antes e a descrição feita pelos evangelhos. São Leão Magno assim se refere a essa data: “a presente festividade, renova para nós, o sagrado nascimento de Jesus“, e em conseqüência, “nos afervora e nos ensina que o Natal do Senhor, quando o Verbo se fez carne não é apenas uma recordação do passado mas algo palpitante, vivo, no presente“.

O ambiente de alegria e as manifestações de júbilo são um válido e justo contentamento, que brota do fato em si mesmo. Começa realmente a salvação, a recuperação do gênero humano, pela encarnação do Filho de Deus que vem para nos salvar. As manifestações de alegria são absolutamente válidas e têm suas raízes na fé cristã. Ela não deve se confundir com os exageros e deturpações que empanam o que nasce da fé cristã e a esta se opõem.

Os homens que não vivem sua crença, assumem feições ridículas no aproveitamento dessa data sagrada para a exacerbação da vaidade, do egoísmo e do esbanjamento de recursos financeiros, como ofensa aos que passam necessidade. Dão demonstrações opostas ao que nasce da autêntica fé cristã. Refiro-me à transformação comercial da celebração religiosa, em contraste violento com a pobreza da gruta de Belém. Diz São Lucas (2,7): “envolveram-no com faixas reclinaram-no numa manjedoura porque não havia um lugar para ele na sala“. As primeiras testemunhas são simples pastores: “quando os anjos os deixaram, os pastores disseram entre si: “vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer”. Foram, então, às pressas e encontraram Maria, José e o Recém-nascido, deitado na manjedoura” (Lc 2,15-16).

Por outro lado, condiz, com o espírito do Natal do Senhor manifestar, dentro das possibilidades, a própria alegria pela data e fazê-la ser compartilhada por outros, oferecendo presentes e promovendo festividades. Essa celebração alegre é um valioso instrumento que nos faz crescer na verdadeira prática da fé cristã. Na mesma proporção, a profanação, pelo pecado, dessa data tão significativa, ofende a santidade que deve reinar nas comemorações pelo nascimento do nosso Salvador.

O Natal de Jesus nos faz também refletir sobre a importância da família, fator e sustentáculo da prática religiosa que brota do exemplo do Natal. Dificilmente encontraremos uma instituição que tenha se deteriorado tanto em nossos dias como a família. E, certamente, não há outra mais valiosa que ela, como construtora do bem-estar material e espiritual da sociedade. Nos últimos meses tem vindo a público uma série de fatos que colocam em perigo sua estabilidade. Ela é insubstituível e a ruína de tantos lares passa pela falência de valores morais que lhes servem de alicerce. As causas são conhecidas e têm uma raiz comum: o enfraquecimento da prática religiosa de seus integrantes. Trata-se da célula originária da vida social.

Pelo seu valor o Concílio Vaticano II (Gaudium et Spes, 52) ensina que o poder civil considere como grave dever “reconhecer e proteger a verdadeira natureza do casamento e da família, defender a moralidade pública e favorecer a prosperidade dos lares“. Entretanto o que se observa nos últimos tempos é exatamente o oposto. Quem semeia ventos colhe tempestade, diz o refrão. O apoio à campanha contra a santidade dos lares vem da própria sociedade e de muitos dos seus integrantes.

A festividade natalina nos apresenta Jesus, Maria e José, a Sagrada Família. Esta é uma oportunidade para uma revisão de vida. Diante do presépio, meditemos sobre seu exemplo. Assim podemos haurir forças para fortalecer a instituição familiar. Isso supõe o restabelecimento dos valores morais, uma verdadeira preparação do matrimônio e firme reação à propaganda destruidora na mídia, que promove os aspectos negativos colocando, acima do bem-estar dos filhos, o egoísmo dos cônjuges.

Celebremos o nascimento de Jesus. Promovamos uma autêntica alegria e exaltemos a dignidade dos lares. Graças a Deus ainda há muitas famílias bem constituídas. Infelizmente, uma sociedade corrompida consegue silenciar a voz do bom exemplo daquelas que, mesmo com sacrifício, seguem os ensinamentos de Cristo. Sem dúvida, poderosa é a força que nasce da manjedoura, dos pais em torno do Filho, Jesus Cristo, que veio para nos salvar.”

Brasília 20/12/2013


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

 O SANTO POBRE QUE ENRIQUECEU A HUMANIDADE

Hoje, 4 de outubro, comemora-se o dia de São Francisco de Assis. Conhecido como o protetor dos pobres e doentes e chamado de “patrono dos animais e do meio ambiente”, São Francisco de Assis foi um famoso frade e santo católico que nasceu em 05/07/1181, em Assis; na Itália, e morreu em 04/10/1226, também em Assis.

Provavelmente ele seja o santo mais popular e o mais presente na memória do povo. Mas, qual é o segredo de São Francisco? Que mistério o torna um santo sempre querido, invocado, apresentado como exemplo para todos os tempos da Igreja? Vejamos um pouquinho de sua história.

Batizado com o nome de Giovanni di Pietro di Bernardone, trocaram-lhe seu nome para Francesco, ou seja, “francês”, pois seu pai era comerciante de tecidos preciosos comprados na França. De família que fazia parte da rica burguesia de Assis, seu pai tinha prestígio no nome e nas posses financeiras e queria que o filho fosse comerciante, mas a mãe queria-o um santo.

Porém, Francisco tinha a fama de ser um jovem rebelde, extravagante, dado às bebedeiras, esbanjador, aventureiro... Tinha o desejo de ser “herói” e, por isto, alistou-se, em 1202, como soldado, na guerra de Assis contra a Perúggia. Foi capturado e passou cerca de um ano preso, à espera de ser resgatado e foi libertado pelo pai, por motivo de doença, quando passa mais de um ano com longa enfermidade.

Recebeu seu chamado em Assis, durante uma farra com os amigos, onde foi tocado por Deus e, desde então, começou a perder o interesse pelas farras, dinheiro, riquezas, posses. Passou, então, por uma radical conversão e entregou-se totalmente a um estilo de vida fundado na pobreza, na simplicidade de vida, no amor total a todas às criaturas, passando a se preocupar com os mais necessitados e em fazer a vontade de Deus, servindo-O através da doação total e incondicional da sua vida.

Conta-se que indo, um dia a Roma, Francisco encontrou-se com um pobre e trocou com ele as suas ricas vestes e experimentou o que é a vida de pobre. Desde então, começou a dizer a seus pais e amigos: “Estou começando a enxergar uma luz no fundo do túnel”.

Em outro episódio, Francisco aproveitando a ausência do pai, em viagem, fez um grande volume dos melhores tecidos da loja de seu pai e vendeu para angariar dinheiro para a reforma da capelinha. Vendeu tudo, até o cavalo! O pai ficou furioso ao retornar e Francisco ficou escondido por um mês, com medo das represálias. Quando voltou para casa, a reação do pai foi violenta, pois achava que o filho estava exagerando. Foi quando Francisco, diante do bispo, do pai e de todo o povo curioso com o desfecho do episódio, se despe totalmente, coloca aos pés do pai suas roupas, suas moedas, tudo... inteiramente nú, explica que dali em diante seu único pai é o Pai Nosso que está nos Céus!

Assim, voltando-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundou a Ordem Mendicante dos Frades Menores, mais conhecida como ‘franciscanos’. Com Clara de Assis, sua dileta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Nos correr dos séculos muitas outras congregações adotaram o espírito franciscano.

Como se vê, São Francisco teve uma radical conversão, seus gestos, atitudes autênticas, transparência de sua vida, presença no meio do povo, simplicidade de suas expressões, fervor e amor a Deus, aos homens e à natureza, confirmam o porquê ele é o mais popular e o mais presente na memória do povo.

São Francisco identificava-se tanto com Jesus Cristo que trazia em seus pés, mãos e peito os estigmas de Jesus. Portanto, foi o primeiro Santo estigmatizado na história da Igreja.

A fama de santidade que granjeou em vida, e que perdura até os dias de hoje, não decorreu de grandes manifestações de erudição religiosa, que jamais fez questão de possuir e, tampouco de seus milagres, que não obstante, foram muitos e impressionantes, mas do seu exemplo de uma vida de completa dedicação ao próximo, dedicação que era animada por uma comprensão profunda, uma sinceridade espontânea, uma simplicidade autêntica em todas as coisas, qualidades banhadas de uma calorosa fraternidade, simpatia e caridade.

Foi canonizado menos de dois anos após sua morte, em 06/07/1228, pelo Papa Gregório IX, e suas relíquias foram transladadas para a nova Basílica construída naquele ano.

Então, meus amigos, não estamos na Idade Média, mas a distância cronológica com os tempos atuais tem algo em comum: grandes mudanças. E grandes mudanças que exigem radicalidade, daí a atualidade da mensagem de São Francisco de Assis. Ele, burguês rico e individualista, rompe com todas aquelas estruturas econômicas e sociais, despe-se não só de sua roupa, mas de tudo que consistia o tipo de vida e vai viver uma pobreza absoluta e, embora tivesse preferência pelos mais pobres, como sempre foi em nossa Igreja, ele dialogava com os ricos e os levava a se dedicarem aos necessitados. Foi sempre este o testemunho de Francisco: o amor.

Como o mundo está precisando de amor, de caridade, de fraternidade, de solidariedade, especialmente com os mais necessitados... A exemplo de São Francisco de Assis, procuremos adotar as mesmas atitudes com relação aos pobres e animais, aos doentes, aos idosos, levando uma vida com mais simplicidade, caridade, dedicação e fé, para pregarmos o Evangelho na mesma proporção com que esse Santo pregou e viveu.

São Francisco de Assis, intercedei por nós junto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!

Brasília, 04 de outubro de 2013.

Maria Auxiliadôra

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O rico e o pobre


A reflexão de hoje tem como tema central a nossa relação com os bens deste mundo. Através da parábola do rico e do pobre Lázaro, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 16,19-31) apresenta-nos uma catequese sobre a posse dos bens. Somos convidados a vê-los como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.

Nessa parábola há dois personagens fundamentais: um rico que vive luxuosamente e que celebra grandes festas e um pobre, que tem fome, vive miseravelmente e está doente. No entanto, a morte dos dois muda radicalmente a situação. O que é que, verdadeiramente, está aqui em causa?

Vejamos: do rico diz-se que se vestia de púrpura e linho fino, que dava esplêndidas festas, no entanto não se diz se ele era mau ou bom, se frequentava ou não o templo, se explorava os pobres ou se era insensível ao seu sofrimento. Porém, quando morreu, foi para um lugar de tormentos.

Do pobre Lázaro diz-se que jazia ao portão do rico, que estava coberto de chagas, que desejava saciar-se das migalhas que caíam da mesa do rico e que os cães vinham lamber-lhe as chagas; quando morreu, Lázaro foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, ou seja, a um lugar de honra no festim presidido por Abraão.

Também, ali não se fala se Lázaro levou uma vida exemplar ou se cometeu más ações, se foi um modelo de virtudes ou foi um homem carregado de defeitos, se trabalhava duramente ou se foi um parasita que não quis fazer nada para mudar a sua triste situação…

Então, porque é que um está destinado aos tormentos e outro ao “banquete do Reino”? Qual o “xis” da questão? O que determina a diferença de destinos? É a riqueza e a pobreza?

Sim, na perspectiva de que o rico conhece os “tormentos” porque é rico; o pobre conhece o “banquete do Reino” porque é pobre...

Os bens são dons de Deus! Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou em nossas mãos. Esses bens são postos à disposição de todos para serem partilhados e para assegurarem uma vida digna a todos. Quem se apossa desses bens, ainda que legitimamente, em benefício próprio, sem os partilhar, está a defraudar o projeto de Deus. Quem usa os bens para ter uma vida luxuosa e sem cuidados, esquecendo-se das necessidades dos outros homens, está a defraudar os seus irmãos que vivem na miséria.

Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou em nossas mãos, ainda que os tenhamos adquirido de forma legítima: somos apenas administradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Esquecer isto é viver de forma egoísta e, por isso, estar destinado aos “tormentos”.

Portanto, o projeto de Deus passa por um “Reino” de fraternidade, de amor e de partilha e quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e auto-suficiência, não pode fazer parte desse mundo novo de fraternidade que Deus quer propor aos homens.

Proponho a seguinte reflexão: Como me situo face aos bens? Vejo os bens que Deus me concedeu como “meus, muito meus, só meus”, ou como dons que Deus depositou nas minhas mãos para eu administrar e partilhar, mas que pertencem a todos os homens?

Brasília, 30 de setembro de 2013.

Maria Auxiliadôra

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PARÁBOLAS DA MISERICÓRDIA

  
O Evangelho segundo Lucas (Lc 15,1-32) apresenta-nos o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, preocupa-se com os pecadores, com os excluídos, com os marginalizados.

Traz três parábolas, chamadas de Parábolas da Misericórdia, as quais expressam, de forma privilegiada, o amor de Deus que se derrama sobre os pecadores.

A primeira parábola é a da ovelha perdida. Parece ilógico abandonar noventa e nove ovelhas por causa de uma que se extraviou, porém ir ao encontro da que estava perdida mostra a preocupação de Deus com cada homem, que se afasta da comunidade da salvação; significa o cuidado e a solicitude de Deus, que trata com cuidado e com amor os filhos que se afastaram e que necessitam de cuidados especiais.

A segunda parábola é a da dracma perdida. Esta reafirma o ensinamento da parábola anterior, ou seja, o amor misericordioso e constante de Deus, que busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. A imagem da mulher preocupada, que varre a casa de cima a baixo, ilustra a preocupação de Deus em reencontrar aqueles que se afastaram da comunhão com Ele. Há a alegria do reencontro, a qual manifesta a felicidade de Deus diante do pecador que volta.

A terceira parábola é a do filho pródigo. Esta apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua auto-suficiência; e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. O pai (Deus) respeita a liberdade de escolha e as decisões do filho, mesmo que ele use essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados. Aconteça o que acontecer, o pai continua a amar, a esperar ansiosamente o regresso do filho, preparado para o acolher com alegria e amor.

Como podemos observar, nessas três Parábolas da Misericórdia temos a justificação da atitude de Jesus para com os pecadores. Ele jamais rejeita-os, não os marginaliza, mas ama-os com amor de Pai. Preocupa-se com eles, vai ao seu encontro, solidariza-se com eles, estabelece com eles laços de familiaridade, abraça-os com emoção, cuida deles com solicitude, alegra-se e faz festa quando eles voltam à casa do Pai, pois é um Deus que ama a todos os seus filhos, sem exceção, é amor incondicional apesar do pecado e do afastamento do filho.

Deus abomina o pecado, contudo não deixa de amar o pecador. E é essa lógica que deve marcar a nossa atitude face àqueles que nos ofendem e, mesmo, face àqueles que têm vidas duvidosas ou moralmente reprováveis. Com o perdão reconciliamo-nos com eles e nos aproximamos, principalmente, de Deus. Quem é perdoado, sempre que se converte e volta arrependido, naturalmente encontrará um Pai bondoso e misericordioso para acolhê-lo.


Brasília 06/09/2013
Maria Auxiliadôra

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA


Toda Bíblia É Comunicação

Toda Bíblia é comunicação
De um Deus Amor, de um Deus irmão.
É feliz quem crê na Revelação,
Quem tem Deus no coração.

Jesus Cristo é a Palavra,
Pura imagem de Deus Pai.
Ele é vida e verdade, a suprema caridade.
Os profetas sempre mostram a verdade do Senhor.
Precisamos ser profetas para o mundo ser melhor.

Nossa fé se fundamenta na palavra dos apóstolos.
João, Mateus,Marcos e Lucas transmitiam essa fé.
Vinde a nós, ó Santo Espírito, venha nos iluminar.
A Palavra que nos salva, nós queremos conservar.

Segundo a música do Padre Zezinho, a Bíblia é realmente comunicação! E esta comunicação, que se faz através da leitura e da escuta da Palavra de Deus, deve-se tornar uma constante em nossa vida, em especial no mês de setembro, como recomenda a Igreja. Hoje vamos refletir sobre o porquê o mês de setembro é o mês da Bíblia.

Para nós, católicos do Brasil, setembro é o mês dedicado à Bíblia desde 1971. Porém, desde 1947, comemora-se o “Dia da Bíblia” no último domingo de setembro.

Há 38 anos a Igreja do Brasil celebra no mês de setembro o Mês da Bíblia. A celebração teve sua origem na arquidiocese de Belo Horizonte/MG e foi se espalhando para todo o Brasil.

Mas por que o mês de setembro foi escolhido como mês da Bíblia? Porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo.

Pois bem, quem foi São Jerônimo? São Jerônimo é um dos grandes padres da Igreja do ocidente. Ele nasceu na Dalmácia em 340 e faleceu em 420 dC. Ele foi encarregado pelo Papa São Dâmaso de realizar uma versão latina da Bíblia, que seria depois conhecida pelo nome de Vulgata, e foi a versão empregada na liturgia romana até o século XX.

Como se vê, São Jerônimo foi um grande biblista, pois foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja. Portanto, o “Dia da Bíblia”, consequentemente o mês todo de setembro, é uma homenagem a São Jerônimo.

Hoje a Bíblia é o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e está em quase todas as casas. Provavelmente, a Bíblia é o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a história da humanidade. Ela contém a Palavra de Deus, que é o fruto da comunicação entre Deus que se revela e a pessoa que acolhe e responde à Revelação. Por isso a Bíblia é formada por histórias de um povo, o Povo de Deus, que teve o dom de interpretar sua realidade à luz da presença de Deus e compreender que a vida é um projeto de amor que parte de Deus e volta para Ele.

Nesse mês da Bíblia somos convidados a estudar e refletir sobre esse maravilhoso livro que tem tanto a nos revelar e instruir.

Brasília 06/09/2013
Maria Auxiliadôra

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A PORTA ESTREITA


Vamos refletir sobre a SALVAÇÃO, tema do Evangelho Segundo Lucas (Lc 13, 22-30). Conhecido com o título “A PORTA ESTREITA”, este Evangelho faz-nos pensar sobre o acesso ao Reino de Deus, à vida plena, à felicidade total. Como e quem pode ter acesso ao Reino de Deus? Quem será salvo?

Na Palavra de Deus, Jesus – confrontado com uma pergunta sobre o número dos que se salvam – sugere que o banquete do “Reino” é para todos; no entanto, não há entradas garantidas, nem bilhetes reservados: é preciso fazer uma opção pela “porta estreita” e aceitar seguir Jesus no dom da vida e no amor total aos irmãos.

Ele respondeu: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa do reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos”.

Quando Jesus refere-se “a porta estreita” não é uma resposta à pergunta sobre o número daqueles que se salvam, ou se haverá ou não chance para esta ou aquela pessoa, pois sabemos que todos são chamados à santidade, mas a decisão pelo Reino, pela salvação, é a nível pessoal, é uma decisão de nossa parte. Pergunte-se (a si mesmo): desejo ser salvo? Acredito que a resposta será sim... Pois bem, se a resposta for positiva, pergunte-se: de que maneira?

Ora, encontrar a salvação é o mesmo que encontrar Jesus, fonte do amor capaz de transformar o nosso coração, fazendo-o também capaz de amar. Amar é uma decisão... É isso que você deseja? Você está verdadeiramente buscando a salvação?

Não quer dizer que não existam erros, sobe e desce na sua vida, a caminhada é árdua, exigente, porém é assim que a história vai sendo construída: com esforço, perseverança, sacrifícios, desejo ardente por passar pela porta estreita. Não se deve perder a esperança.

A verdade é que seremos julgados pela capacidade de amar. Santo Agostinho já dizia que a medida do amor é o amor sem medida... E esta capacidade de amar adquire-se quando se busca amar, ou seja, com perseverança, com vontade, na oração, na leitura da Palavra, na vivência dos Sacramentos, e, na prática, na ajuda ao outro que sofre, no acolhimento dos pobres, dos menos afortunados.

Então, meus amigos, se serão poucos ou muitos os que se salvam, não é importante... Não é a quantidade, mas a qualidade é a questão, interessa mesmo esforçar-se por “entrar pela porta estreita”.

A imagem da “porta estreita” é sugestiva para significar a renúncia a uma série de fardos que “engordam” o ser humano e que o impedem de viver na lógica do “Reino”. E que fardos são esses? Poderíamos citar: o egoísmo, o orgulho, a riqueza, a ambição, o desejo de poder e de domínio… Portanto, tudo aquilo que impede o homem de embarcar numa lógica de serviço, de entrega, de amor, de partilha, de dom da vida, impede a adesão ao “Reino”.

Enfim, a única coisa verdadeiramente decisiva é a adesão a Jesus. Quem optar pelo não-acolhimento à proposta de Jesus ficará de fora, logicamente, fora do banquete do Reino. Eu acredito que ninguém queira ficar de fora desse banquete, não é isso? Então, diga “sim” a Jesus!

Brasília, 23 de agosto de 2013.

Maria Auxiliadôra

JÁ ESTAMOS COM SAUDADES...


Ao refletirmos sobre os ensinamentos que o Papa Francisco nos trouxe por ocasião da JMJ – Jornada Mundial da Juventude - que aconteceu no Rio de Janeiro, passadas algumas semanas, ainda experimentamos a alegria, bondade, ternura, simplicidade, esperança, simpatia, ternura, amor e fé, da semana em que esteve no Brasil. A proximidade junto a todos, em especial, aos pobres, sofredores, doentes, marginalizados, crianças e idosos, confirma um rumo novo no caminho da evangelização.

Em seu discurso na cerimônia de boas-vindas, o Papa Francisco disse, de forma veemente, “Não trago ouro, nem prata, mas lhes trago o que demais precioso me foi dado: Jesus Cristo”. E enfatizou que o motivo principal de sua presença no Brasil transcende as suas fronteiras e que ele veio para a Jornada Mundial da Juventude; que veio para encontrar os jovens de todo o mundo atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor, que “querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu chamado: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Em sua despedida, o Papa disse em seu discurso que já começava a sentir saudades do Brasil, inclusive “... saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha.“ E que, continuou Sua Santidade, tinha a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantas jovens e demais pessoas que encontrou no que ele denominou “inesquecível semana.”

O Papa se dirigiu, naturalmente, aos jovens, como protagonistas desse grande encontro, e disse: “Deus lhes abençoe por tão belo testemunho de participação viva, profunda e alegre nestes dias! Muitos de vocês vieram como discípulos nesta peregrinação; não tenho dúvida de que todos agora partem como missionários. A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor. Mostrem com a vida que vale a pena gastar-se por grandes ideais, valorizar a dignidade de cada ser humano, e apostar em Cristo e no seu Evangelho. Foi Ele que viemos buscar nestes dias, porque Ele nos buscou primeiro, Ele nos faz arder o coração para anunciar a Boa Nova nas grandes metrópoles e nos pequenos povoados, no campo e em todos os locais deste nosso vasto mundo.

Papa Francisco, nós também estamos com saudades...

Brasília, 16 de agosto de 2013.
Maria Auxiliadôra




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

SER VIGILANTE



A Palavra de Deus nos convida a fazer uma reflexão sobre a vigilância, tema do Evangelho Segundo São Lucas (Lc 12, 32-48). “Vigilância” é o ato ou o efeito de vigiar ou a qualidade de quem é vigilante. Estar vigilante, ser vigilante quer dizer estar atento, ter cautela, precaução, zelo, ser cauteloso, numa atitude de espera serena do Senhor, Ele que vem ao nosso encontro para nos libertar. Essa atitude de vigília torna-se um convite para que nós nos preparemos para algo que vai acontecer, algo de bom, aliás, de muito bom, e que já é esperado. Portanto, estejamos sempre atentos e disponíveis para acolher Nosso Senhor.

De que maneira Jesus pede que sejamos vigilantes?

No evangelho, Jesus pede para que os discípulos sejam semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, quando vier e bater à porta, que logo lhe abram. Esses servos a quem o senhor achar vigiando quando vier, serão os bem-aventurados! Exatamente porque estavam atentos... Jesus, ainda, fala que se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão vigiaria, sem dúvida, e não deixaria forçar a sua casa. Ora, quem é que pode prever quando o ladrão vai chegar? É uma incerteza, ele pode chegar a qualquer hora, de improviso, sem ser esperado... Por isto, vai um alerta: estejamos preparados porque, à hora em que não pensamos, virá o Filho do Homem. O discípulo fiel é aquele que está sempre preparado, a qualquer hora e em qualquer circunstância, para acolher o Senhor que vem.

Estamos nos preparando, estamos vigilantes, atentos?

Meus amigos, a nossa vida, como discípulos de Jesus, tem que ser uma espera vigilante e atenta, pois o Senhor está, permanentemente, a vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das coisas que nos escravizam, nos matam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. Pensemos: o que é que nos distrai, o que nos prende, o que nos aliena ou nos impede de acolher esse dom contínuo de vida?

Ser cristão é um compromisso em tempo integral. Tudo o que o discípulo de Jesus faz, pensa, cada atitude, cada opção, está dando testemunho de vida. Será que nós temos consciência desse compromisso, ou melhor, dessa missão? Estamos suficientemente atentos e disponíveis para acolher e responder aos apelos que Deus nos faz e aos desafios que Ele nos apresenta através das necessidades dos irmãos? Estamos suficientemente atentos e disponíveis para escutar os sinais em que Deus nos apresenta as suas propostas? É um desafio, mas podemos aceitar ou não...

A Palavra de Deus, hoje, proposta é um convite e, também, uma reflexão, a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade: quer na Igreja, quer no governo, quer nas autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições públicas ou nas escolas... Como está sendo cumprida a missão que nos foi confiada? Com honestidade? Ética? Responsabilidade? Justiça? Com humildade? Com amor? Com zelo? Com fidelidade? Com respeito? Ora, todos nós devemos estar e ser vigilantes!!!

Que ninguém se iluda, o ser humano tem sede Deus. Os bens terrenos são instrumentos necessários para a vida, mas o coração não deve apegar-se a eles (bens terrenos). É fundamental na nossa vida de cristão a nossa comunhão com Deus e a nossa fidelidade à missão que nos foi confiada.


Brasília 09/08/2013

Maria Auxiliadôra

segunda-feira, 1 de julho de 2013

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

  
Meus amigos, hoje, 29 de junho, a liturgia de nossa Igreja homenageia os Apóstolos Pedro e Paulo. É uma Solenidade que, desde o Século III, a Liturgia une na mesma celebração as duas colunas da Igreja: Pedro e Paulo, Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã, que simbolizam todo o Colégio Apostólico.

Cabe aqui um breve comentário sobre as características da nossa Igreja.

A palavra “Igreja” significa “convocação”. Ela foi instituída pelo próprio Jesus Cristo e foi manifestada pela efusão do Espírito Santo. São 4 as suas características: Uma, Santa, Católica e Apostólica.

                        Una por sua fonte, por seu Fundador, por sua alma;

                  Santa, pois é santificada por Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo é proclamado o ‘único Santo’;

                        Católica, ou seja, universal, no sentido de ‘segundo a totalidade’ ou ‘segundo a integralidade’, portanto, é católica em duplo sentido;

                        Apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, neste caso em tríplice sentido:

1º - ela foi e continua sendo construída sobre o fundamento dos apóstolos, que são testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo;

2º - ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, o ensinamento, as palavras ouvidas da boca dos apóstolos;

3º - ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que eles sucedem na missão pastoral.

A Solenidade de São Pedro e São Paulo é celebrada desde tempos remotíssimos. A Igreja, na qual cremos, está alicerçada sobre o fundamento dos apóstolos, consoante as palavras do próprio Cristo: “Quem vos ouve, a mim ouve”.

Portanto, a fé que professamos é a mesma professada pelos apóstolos escolhidos e enviados por Cristo. O Espírito Santo atua na Igreja de modo a torná-la, sob a proteção dos mesmos apóstolos colocados à sua frente e conduzida pelos seus legítimos sucessores, depositária e fiel mensageira do Evangelho da Vida. Ou seja, ao celebrarmos os Apóstolos Pedro e Paulo damos testemunho de fé na Igreja com aquelas características já citadas: “una, santa, católica, apostólica”.

Pedro, que era natural de Betsaida, onde com seu irmão André e seus amigos Tiago e João, praticava a pesca no lago, foi escolhido por Jesus para ser o chefe dos apóstolos e de toda a Igreja. Foi ele que respondeu, ao ser questionado pelo próprio Jesus sobre quem era o Filho do Homem: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”, como próprio Evangelho Segundo Mateus relata (Mt 16, 16).

Paulo era natural de Tarso da Cilícia, e nos primeiros anos de sua atividade pública foi perseguidor dos seguidores de Jesus, até que Cristo, que o tinha escolhido, saiu-lhe ao encontro no caminho de Damasco. Foi naquele momento que Paulo converteu-se. Embora não tenha conhecido Jesus pessoalmente, sua atividade apostólica foi intensa, até ao ponto de se lhe chamar “o apóstolo” por antonomásia.

Ambos foram martirizados em Roma, na perseguição de Nero, por volta do ano 64 d. C.

Ao celebrarmos os dois apóstolos, lembramo-nos naturalmente do Papa, a quem cabe, em primeiro lugar, guardar, defender, anunciar e testemunhar a fé que herdamos de Pedro e Paulo. 

O Papa é o grande apóstolo do Evangelho que nos dá a Vida verdadeira. Como sucessor de Pedro e herdeiro de seu carisma-ministério, preside hoje à caridade, apascentando com zelo os fiéis que lhe são confiados. Mas é, também, chamado, a exemplo de Paulo, a desgastar-se de todos os modos, a fim de que a Palavra de Deus atinja os corações e, assim, o mundo se renove na esperança que vem da firmeza de Deus. Os ensinamentos do Papa são capazes de interpelar as consciências e fazê-las pensar, e a Igreja, sem dúvida, tem sido levada, a aprofundar-se no conhecimento de suas raízes.

Que São Pedro e São Paulo intercedam sempre pela Igreja que lhes custou o sangue, proteja o Santo Padre Francisco e alcancem para todos nós a graça de sermos discípulos missionários de Jesus Cristo na aurora do século XXI!

Rezemos: “Ó Deus, que nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que bosa deram as primícias da fé”. Amém

Brasíli, 29 de junho de 2013.
Maria Auixiliadôra 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Resumo da catequese do Papa Francisco de 22 de maio de 2013 - Audiência Geral da quarta-feira na Praça São Pedro -


- É o Espírito Santo que dá vida à Igreja, guia seus passos.
- Sem a presença e a ação incessante do Espírito Santo a Igreja não poderia realizar a tarefa que Jesus lhe confiou, de ir e fazer discípulos todas as nações.
- Evangelizar é missão de todos.
- Todos devem ser evangelizadores, especialmente com a vida.
- A missão da Igreja é evangelizar, Ela existe para evengelizar.
- É o Espírito Santo que, assim como no início da Igreja, age em cada evangelizador, que se deixa possuir e conduzir por Ele,que lhes sugere palavras que sozinhos não conseguiriam encontrar, preparando ao longo do tempo a alma de quem escuta.
- Para evengelizar é necessário abrir-se mais uma vez ao horizonte de Deus, sem medo do que nos peça e onde nos leve.
- Confiemos no Espírito Santo.
- O Espírito Santo nos fará capazes de viver e testemunhar nossa fé e iluminará o coração de quem encontrarmos.
- Assim como foi a experiência de Pentecostes aos Apóstolos, o Espírito Santo, descendo sobre eles, os fez sair de onde se encontravam fechados por temor, os fez sair de si mesmos e os transforma em anunciadores e testemunhas das grandes obras de Deus.
- Efeitos da ação do Espírito Santo:
            * a unidade, a comunhão - a exemplo de Babel, onde houve a dispersão dos povos e a confusão das línguas, resultado do gesto de soberbos e de orgulho do homem que queria construir com as próprias mãos, sem Deus, a língua do Espírito Santo, a língua da comunhão convida a superar isolamentos e indiferenças, divisões e conflitos. Devemos nos perguntar: como me deixo guiar pelo Espírito Santo a fim de que a minha vida e meu testemunho de fé seja de unidade e de comunhão? Devemos levar o Evangelho, que significa anunciar e viver, nós em primeiro lugar, o perdão, a paz, a unidade e o amor que o Espírito Santo nos doa;
            * a coragem, a ousadia – anunciar a novidade do Evangelho de Jesus a todos, com franqueza (parresia), em voz alta, em todo tempo e em todo lugar, não nos fechemos nunca a ação do Espírito Santo. Vivamos com humildade e coragem o Evangelho. Testemunhemos a novidade, a esperança, a alegria que o Senhor traz na vida;
            * a oração – uma nova evangelização, uma igreja que evangeliza deve começar pela oração, pelo pedir, como os Apóstolos no Cenáculo, o fogo do Espírito Santo. Só o relacionamento fiel e intenso com Deus permite sair dos próprios isolamentos e anunciar com parresia o Espírito Santo. Sem a oração o nosso agir se torna vazio e o nosso anunciar não tem alma, e não é animado pelo Espírito.

- Por fim, o Papa Francisco nos convida a renovar a cada dia a confiança na ação do Espírito Santo, de que Ele age em nós, está dentro de nós, nos dá o fervor apostólico, a paz, a alegria.

PENTECOSTES


Hoje refletiremos sobre a SOLENIDADE DE PENTECOSTES, em que comemora-se a descida do Espírito Santo – Dom de Deus.

“Pentecostes” é uma palavra que vem da língua grega e quer dizer 50 dias depois da Páscoa.

No Antigo Testamento, Pentecostes também era chamado de “festa das semanas” em que os israelitas deviam “apresentar-se diante do Senhor”, isto é, peregrinar a Jerusalém. Foi, também, chamado de a “festa da colheita” e “festa das primícias”, em que se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo.

No Novo Testamento, Pentecostes é o grande dia da vinda do Espírito Santo e do lançamento da Igreja de maneira portentosa, segundo vem narrado nos Atos dos Apóstolos (At 2, 1-14).

No dia de Pentecostes, ou seja, no fim das sete semanas pascais, de acordo com o nº 731 do Catecismo da Igreja Católica, a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito.

Então, nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade, pois quando dizemos “Creio no Espírito Santo” estamos professando que o Espírito Santo é umas das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho (mesma substância), e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. A partir desse dia o Reino anunciado por Jesus está aberto aos que crêem nele. Na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade (CIC, 732).

Portanto, a Igreja continua celebrando este acontecimento na Solenidade de Pentecostes.

Conforme a narrativa no Evangelho Segundo São João (Jo 20,19-23), Jesus, ao adentrar o ambiente em que os discípulos estavam, de portas fechadas, ficou no meio deles os saudou, desejando-lhes “a paz”: A paz esteja convosco – disse Jesus. Um simples gesto que significa transmitir tranqüilidade, serenidade, confiança... Esse gesto é que vai permitir aos discípulos superarem o medo, a insegurança. Depois de ter dito isso, completou: A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio. Em seguida, Jesus soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos.

Vejam bem, Jesus soprou sobre eles...

Deus ao comunicar a vida ao homem também soprou...“O sopro” de Deus foi o que deu a vida, foi o que tornou o homem um ser vivente.

Da mesma forma, Jesus, ao soprar sobre os discípulos, este gesto é reproduzido, isto é, de agora em diante os discípulos recebem a vida em plenitude e estão capacitados.

Como vemos, a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado, que antes era uma comunidade fechada, insegura, desorientada, com medo, que necessitava fazer uma experiência do Espírito Santo, passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito.

A partir daquela experiência do Espírito Santo é que a comunidade estará preparada para assumir a sua missão no mundo e dar testemunho do projeto libertador de Jesus.

É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.

É o Espírito Santo, Dom de Deus, que dá vida, renova, transforma, constrói a comunidade e faz nascer o Homem Novo.

Peçamos ao Espírito Santo que nos guie, nos anime, nos fortaleça, nos ajude a acolher o Espírito da unidade, sobretudo durante este Ano da Fé.

Brasília 19.05.2013

Maria Auxiliadôra

terça-feira, 30 de abril de 2013

AMOR FRATERNO



Hoje refletiremos sobre o Evangelho Segundo João 13,31-33a.34-35, cujo tema é o AMOR FRATERNO, o novo mandamento de Jesus: amai-vos uns aos outros.

Conforme a narração do Evangelho, quando Jesus se despede dos seus discípulos, deixa-lhes em testamento o “mandamento novo”:

amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.

Aqui está o maior de todos os mandamentos: o amor. Esse amor que deverá ser visível para todos, manifestado entre os discípulos, será como um distintivo da comunidade de Jesus, ou seja, aquele que é cristão, que faz parte da comunidade de Jesus, que, pelo amor partilha, esse vai ser um sinal vivo do Deus que ama e é pelo amor que ele será, no mundo, um sinal de Deus-Pai.

Ora, o amor não é imposto, não é uma imposição, ao contrário, é doação, é cuidado, dedicação e é essencial para o ser humano. O amor é que dá sentido à vida, constrói laços, aproxima as pessoas, anima, motiva, edifica, supera obstáculos, até acalma...

É, também, uma decisão, a pessoa decide, opta pelo amor e, como decisão, é necessário um comprometimento, exige exercício. O amor é vida e a vida sem amor não tem sentido.

A falta de amor causa até depressão, isso mesmo, a pessoa adoece. Sabe porque? Por que torna a pessoa triste, para baixo, desanimada, desmotivada, egoísta, orgulhosa, emburrada, de cara fechada, porque quem não ama não vive, morre um pouco a cada dia...

A falta de amor afasta a pessoa de Deus e das pessoas, proporciona isolamento, tornando-a mesquinha, incapaz de enxergar a bondade, a justiça e a solidariedade. Um dos grandes males da sociedade, se não for o maior, é a falta de amor, de amor próprio, pelo próximo, pelo Criador de todas as coisas.

O amor, ou seja, a caridade que é o outro nome do amor, é maior até mesmo que a fé e a esperança, como está escrito na Primeira Epístola aos Coríntios – 1Co 13, 13 – São Paulo disse: Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.

Peçamos a Jesus Misericordioso, que é o Deus do Amor, que nos ensine a amar, mesmo quando o mundo nos apresente outros valores;
- que nos ensine a amar, mesmo que as pessoas nos traiam;
- que nos ensine a amar, mesmo que a esperança se vá;
- que nos ensine a amar, mesmo que as estruturas sejam deficitárias;
- que nos ensine a amar, mesmo que na sala de aula falte o material escolar;
- que nos ensine a amar, mesmo com as injustiças e a violência;
- que nos ensine a amar, mesmo nos momentos sem fé.

Devemos permanecer firmes, focados nesse novo mandamento: amar como Jesus amou, sentir como Jesus sentiu, viver como Jesus viveu, igualzinho como o Padre Zezinho cantou na música.

Brasília, 26 de abril de 2013
Maria Auxiliadôra