quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A PORTA ESTREITA


Vamos refletir sobre a SALVAÇÃO, tema do Evangelho Segundo Lucas (Lc 13, 22-30). Conhecido com o título “A PORTA ESTREITA”, este Evangelho faz-nos pensar sobre o acesso ao Reino de Deus, à vida plena, à felicidade total. Como e quem pode ter acesso ao Reino de Deus? Quem será salvo?

Na Palavra de Deus, Jesus – confrontado com uma pergunta sobre o número dos que se salvam – sugere que o banquete do “Reino” é para todos; no entanto, não há entradas garantidas, nem bilhetes reservados: é preciso fazer uma opção pela “porta estreita” e aceitar seguir Jesus no dom da vida e no amor total aos irmãos.

Ele respondeu: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa do reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos”.

Quando Jesus refere-se “a porta estreita” não é uma resposta à pergunta sobre o número daqueles que se salvam, ou se haverá ou não chance para esta ou aquela pessoa, pois sabemos que todos são chamados à santidade, mas a decisão pelo Reino, pela salvação, é a nível pessoal, é uma decisão de nossa parte. Pergunte-se (a si mesmo): desejo ser salvo? Acredito que a resposta será sim... Pois bem, se a resposta for positiva, pergunte-se: de que maneira?

Ora, encontrar a salvação é o mesmo que encontrar Jesus, fonte do amor capaz de transformar o nosso coração, fazendo-o também capaz de amar. Amar é uma decisão... É isso que você deseja? Você está verdadeiramente buscando a salvação?

Não quer dizer que não existam erros, sobe e desce na sua vida, a caminhada é árdua, exigente, porém é assim que a história vai sendo construída: com esforço, perseverança, sacrifícios, desejo ardente por passar pela porta estreita. Não se deve perder a esperança.

A verdade é que seremos julgados pela capacidade de amar. Santo Agostinho já dizia que a medida do amor é o amor sem medida... E esta capacidade de amar adquire-se quando se busca amar, ou seja, com perseverança, com vontade, na oração, na leitura da Palavra, na vivência dos Sacramentos, e, na prática, na ajuda ao outro que sofre, no acolhimento dos pobres, dos menos afortunados.

Então, meus amigos, se serão poucos ou muitos os que se salvam, não é importante... Não é a quantidade, mas a qualidade é a questão, interessa mesmo esforçar-se por “entrar pela porta estreita”.

A imagem da “porta estreita” é sugestiva para significar a renúncia a uma série de fardos que “engordam” o ser humano e que o impedem de viver na lógica do “Reino”. E que fardos são esses? Poderíamos citar: o egoísmo, o orgulho, a riqueza, a ambição, o desejo de poder e de domínio… Portanto, tudo aquilo que impede o homem de embarcar numa lógica de serviço, de entrega, de amor, de partilha, de dom da vida, impede a adesão ao “Reino”.

Enfim, a única coisa verdadeiramente decisiva é a adesão a Jesus. Quem optar pelo não-acolhimento à proposta de Jesus ficará de fora, logicamente, fora do banquete do Reino. Eu acredito que ninguém queira ficar de fora desse banquete, não é isso? Então, diga “sim” a Jesus!

Brasília, 23 de agosto de 2013.

Maria Auxiliadôra

JÁ ESTAMOS COM SAUDADES...


Ao refletirmos sobre os ensinamentos que o Papa Francisco nos trouxe por ocasião da JMJ – Jornada Mundial da Juventude - que aconteceu no Rio de Janeiro, passadas algumas semanas, ainda experimentamos a alegria, bondade, ternura, simplicidade, esperança, simpatia, ternura, amor e fé, da semana em que esteve no Brasil. A proximidade junto a todos, em especial, aos pobres, sofredores, doentes, marginalizados, crianças e idosos, confirma um rumo novo no caminho da evangelização.

Em seu discurso na cerimônia de boas-vindas, o Papa Francisco disse, de forma veemente, “Não trago ouro, nem prata, mas lhes trago o que demais precioso me foi dado: Jesus Cristo”. E enfatizou que o motivo principal de sua presença no Brasil transcende as suas fronteiras e que ele veio para a Jornada Mundial da Juventude; que veio para encontrar os jovens de todo o mundo atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor, que “querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu chamado: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Em sua despedida, o Papa disse em seu discurso que já começava a sentir saudades do Brasil, inclusive “... saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha.“ E que, continuou Sua Santidade, tinha a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantas jovens e demais pessoas que encontrou no que ele denominou “inesquecível semana.”

O Papa se dirigiu, naturalmente, aos jovens, como protagonistas desse grande encontro, e disse: “Deus lhes abençoe por tão belo testemunho de participação viva, profunda e alegre nestes dias! Muitos de vocês vieram como discípulos nesta peregrinação; não tenho dúvida de que todos agora partem como missionários. A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor. Mostrem com a vida que vale a pena gastar-se por grandes ideais, valorizar a dignidade de cada ser humano, e apostar em Cristo e no seu Evangelho. Foi Ele que viemos buscar nestes dias, porque Ele nos buscou primeiro, Ele nos faz arder o coração para anunciar a Boa Nova nas grandes metrópoles e nos pequenos povoados, no campo e em todos os locais deste nosso vasto mundo.

Papa Francisco, nós também estamos com saudades...

Brasília, 16 de agosto de 2013.
Maria Auxiliadôra




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

SER VIGILANTE



A Palavra de Deus nos convida a fazer uma reflexão sobre a vigilância, tema do Evangelho Segundo São Lucas (Lc 12, 32-48). “Vigilância” é o ato ou o efeito de vigiar ou a qualidade de quem é vigilante. Estar vigilante, ser vigilante quer dizer estar atento, ter cautela, precaução, zelo, ser cauteloso, numa atitude de espera serena do Senhor, Ele que vem ao nosso encontro para nos libertar. Essa atitude de vigília torna-se um convite para que nós nos preparemos para algo que vai acontecer, algo de bom, aliás, de muito bom, e que já é esperado. Portanto, estejamos sempre atentos e disponíveis para acolher Nosso Senhor.

De que maneira Jesus pede que sejamos vigilantes?

No evangelho, Jesus pede para que os discípulos sejam semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, quando vier e bater à porta, que logo lhe abram. Esses servos a quem o senhor achar vigiando quando vier, serão os bem-aventurados! Exatamente porque estavam atentos... Jesus, ainda, fala que se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão vigiaria, sem dúvida, e não deixaria forçar a sua casa. Ora, quem é que pode prever quando o ladrão vai chegar? É uma incerteza, ele pode chegar a qualquer hora, de improviso, sem ser esperado... Por isto, vai um alerta: estejamos preparados porque, à hora em que não pensamos, virá o Filho do Homem. O discípulo fiel é aquele que está sempre preparado, a qualquer hora e em qualquer circunstância, para acolher o Senhor que vem.

Estamos nos preparando, estamos vigilantes, atentos?

Meus amigos, a nossa vida, como discípulos de Jesus, tem que ser uma espera vigilante e atenta, pois o Senhor está, permanentemente, a vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das coisas que nos escravizam, nos matam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. Pensemos: o que é que nos distrai, o que nos prende, o que nos aliena ou nos impede de acolher esse dom contínuo de vida?

Ser cristão é um compromisso em tempo integral. Tudo o que o discípulo de Jesus faz, pensa, cada atitude, cada opção, está dando testemunho de vida. Será que nós temos consciência desse compromisso, ou melhor, dessa missão? Estamos suficientemente atentos e disponíveis para acolher e responder aos apelos que Deus nos faz e aos desafios que Ele nos apresenta através das necessidades dos irmãos? Estamos suficientemente atentos e disponíveis para escutar os sinais em que Deus nos apresenta as suas propostas? É um desafio, mas podemos aceitar ou não...

A Palavra de Deus, hoje, proposta é um convite e, também, uma reflexão, a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade: quer na Igreja, quer no governo, quer nas autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições públicas ou nas escolas... Como está sendo cumprida a missão que nos foi confiada? Com honestidade? Ética? Responsabilidade? Justiça? Com humildade? Com amor? Com zelo? Com fidelidade? Com respeito? Ora, todos nós devemos estar e ser vigilantes!!!

Que ninguém se iluda, o ser humano tem sede Deus. Os bens terrenos são instrumentos necessários para a vida, mas o coração não deve apegar-se a eles (bens terrenos). É fundamental na nossa vida de cristão a nossa comunhão com Deus e a nossa fidelidade à missão que nos foi confiada.


Brasília 09/08/2013

Maria Auxiliadôra