terça-feira, 29 de abril de 2014

LIVRO DOS PROVÉRBIOS


Poema elaborado em 05/05/2009
por ocasião do estudo dos livros sapienciais
durante a minha graduação do
Curso de Teologia da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília


O livro dos Provérbios
É o mais representativo
Da literatura sapiencial
O conteúdo dá ao leitor
Sabedoria para bem viver
No plano social.
II
Tem sete coleções
Todas elas divididas
Em diferentes seções
Com temas variados
Agrupados sem um plano
E muitas repetições.
III
Tem escritos em hebraico
De épocas bem diferentes
Assim diz a tradição
Rei Josias recolheu
Todos os versos da época
E formou-se uma coleção.
IV
Quanto a autoria
Apesar das divergências
É do monarca Salomão
Mas nos escritos existem
O Agur e o Lamuel
Que nem reais são.
V
Em seus versos poéticos
Deus, justo e criador
Não tem comparação
Deus recompensa as virtudes
A justiça e a caridade
A pureza de coração.
VI
Nos provérbios numéricos
Os números são usados
Simplesmente para enfeitar
Escute agora o exemplo
“Por três coisas treme a terra,
E a quarta não pode suportar.”
VII
O poema alfabético elogia
A perfeita dona-de-casa
Mulher de grande valor
Ela é forte, é confiante
É sábia, é elegante
Em Deus põe seu temor!
         VIII
Enfim se deve entender
Que desde a eternidade
Ao lado do Criador
A sabedoria estava
Personificada
Então sábio é aquele
Que teme ao Senhor!


Maria Auxiliadôra

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tráfico humano em discussão



Como se sabe, o tráfico humano é um crime que atenta contra a dignidade da pessoa, já que é o cerceamento da liberdade, portanto, é um dos modos da escravidão. Não se pode entender a dignidade sem a liberdade! Por essa razão, justifica-se o lema inspirado na carta de Gálatas: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (5,1). E a CF 2014 deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas sobre esse drama humano.

Quando se fala em tráfico humano, e isto não é questão religiosa, deve-se levar em consideração diversas modalidades tais como:
- tráfico para a exploração no trabalho (trabalho escravo ou forçado ou semiescravidão ou degradante);
- tráfico para exploração sexual (exploração da prostituição ou de outras formas de exploração sexual);
- tráfico para a extração de órgãos (venda de órgãos de doadores involuntários ou doadores que são explorados ao venderem seus órgãos em circunstâncias eticamente questionáveis);
- tráfico de crianças e adolescentes (adoção ilegal, tráfico de crianças e adolescentes para finalidade de exploração sexual);
- trabalho infantil (trabalhos domésticos em idade precoce, trabalho escravo, prostituição, atividades ilícitas –tráfico de drogas, trabalhos perigosos à saúde infantil).

Citei apenas algumas modalidades...

Hoje, fazemos o convite aos professores para, junto com os alunos e a família, discutir a temática do tráfico humano. Não apenas discutir, mas trabalhar essa temática em sala de aula, de modo prático a fim de que haja uma maior conscientização do problema por parte dos estudantes.

Vai uma sugestão: o professor de Português pode incentivar o aprofundamento do assunto solicitando que os alunos pesquisem em jornais, revistas, internet figuras que estejam relacionadas, por exemplo, com o perfil dos aliciadores, como identificá-los, como se comportam, onde podem ser encontrados, grau de escolaridade, quais meios utilizam para aliciar, quem pode ser vítima dos aliciadores...

A partir daí, os próprios alunos podem discutir em pequenos grupos, sobre como se defender em diversas situações e como denunciar. Como resultado, poderiam escrever textos; montar cartazes; elaborar tirinhas para apresentar para toda a turma. Quem sabe, poderiam fazem um concurso de redação... É uma maneira divertida, sem deixar de ser séria!

Aliás, diversas disciplinas podem interagir, como História, Geografia, querem ver?

O processo de colonização do Brasil foi sob duas formas: a tomada das terras dos índios, os quais também foram escravizados, e a exploração da força de trabalho dos negros, inclusive traficados da África.

Como se vê, é um problema antigo, porém, não apenas no Brasil. No continente africano, também, praticava-se a escravidão e isto facilitou o tráfico internacional de pessoas...

Portanto, existem inúmeros temas a serem trabalhados, como: tráfico de pessoas, escravidão, trabalho forçado, preconceitos raciais, discriminação, dignidade humana, direitos humanos (universais, invioláveis, inalienáveis, irrevogáveis), segurança, cidadania, exclusão social, adoção ilegal, tráfico e doação de órgãos, desaparecimento de pessoas... Assim, cada tema merece uma reflexão, consequentemente, deve-se aprofundar as reflexões.

Outra sugestão: pode ser convocado um diálogo entre a escola (professores, alunos, funcionários), pais, paróquias, pastorais, igrejas evangélicas, enfim, toda a comunidade, tendo como pauta o modo pelo qual pode-se identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração. É de assunto de interesse geral, não é verdade? Pode ser um gesto simples, mas gestos simples desencadeiam ações de libertação.

Às vezes, na casa do seu vizinho ao lado existe uma situação que você jamais imaginaria que pudesse acontecer e que deve ser denunciada. Ou com alguma criança, ou um aluno, ou pai/mãe de aluno...

Ademais, deve-se exigir do Estado brasileiro um serviço de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, de reintegração e diminuição da vulnerabilidade, principalmente de crianças, adolescentes e mulheres.

Os professores e os pais devem trabalhar junto a crianças, adolescentes e jovens, principalmente aqueles que, pela pobreza, estão mais vulneráveis, dando-lhes noções de direitos humanos, a partir de situações concretas e próximas a eles.

É fundamental desenvolver atividades que promovam a conscientização de situações que envolvam o tráfico humano, inclusive buscar instituições que lutem na erradicação de toda e qualquer forma de tráfico. Deve-se ficar atento e, ao se constatar uma situação como as aqui referidas, deve-se denunciar!


Brasília 04-04-2014

Maria Auxiliadôra